Economia Comportamental: O Nudge

Roberto de Almeida Monteiro
Estudante de Economia da UFV 
Membro da LANP


A ciência comportamental comprova que a grande maioria das decisões que tomamos no dia-a-dia são automáticas: não paramos para pensar. Usamos alguns atalhos mentais (pequenas regras, vieses) desenvolvidos ao longo de nossas vidas. Estes atalhos mentais são muitas vezes compartilhados entre pessoas da mesma cultura. Nudge é um “empurrãozinho” que leva pessoas a mudarem, de maneira previsível, seus hábitos ou comportamentos beneficiando a si e à sociedade como um todo. A ideia do nudge, segundo Cass R. Sunstein, é a de criar formas que sejam capazes de direcionar o consumidor ao passo que também preserve sua liberdade e, ao mesmo tempo, indique uma escolha padrão, um bom exemplo que deixa clara essa ideia é o funcionamento de um GPS, que indica o caminho sem obrigar o motorista a seguir aquela direção, dando uma sugestão que possa servir com base para a tomada de decisão.
“Um nudge […] é qualquer aspecto da arquitetura de escolha que altera o comportamento das pessoas de um modo previsível sem proibir quaisquer opções nem alterar significativamente seus incentivos econômicos. Para que uma intervenção seja considerada um mero nudge, deve ser fácil e barato evitá-la. Nudges não são imposições. Dispor as frutas ao nível do olhar é considerado nudge’’. O nudge ainda se mostra na área do marketing com um crescimento muito ascendente, para ser utilizado como ferramenta de marketing os nudges devem estabelecer relação direta com o ambiente via intervenções arquitetônicas ou em comunicações visuais, design, rotas de passagem ou demais objetos que compõem o ambiente. Estas intervenções de caráter mais duradouro tendem a promover uma real mudança no comportamento e não uma mera reação desatenta tomada pelo sistema 1 de maneira inconsciente e automática. No uso de nudges para estratégias de marketing, é preciso, evitar que seu uso seja um simples manipulador cognitivo. O uso de nudges deve ser realizado com responsabilidade, sem que haja restrição ou manipulação das escolhas dos consumidores.

Referências:
Thaler e Sunstein (2008, p. 6) in ÁVILA E BIANCHI
http://www.geekonomics.com.br/2017/06/nudges-e-comportamento-de-compra-
consumidor/
ÁVILA, F.; BIANCHI, A. Guia de Economia comportamental e experimental. São
Paulo: EconomiaComportamental. org, 2015

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