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Mostrando postagens de 2017

O estudo da pobreza sob a perspectiva da Economia Comportamental

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 Maria Angelica Santos Estudante de Economia na UFV Membro da LANP O estudo da pobreza instiga economistas no mundo inteiro há muitas décadas. Enquanto uma parte deles acredita fielmente no principio econômico do homem racional, outra tenta compreender como ambiente pode influenciar nas decisões das pessoas e impedi-las de saírem da pobreza. Neste sentido, com o intuito de ponderar os diferentes estudos sobre a pobreza e suas variadas implicações socioeconômicas, a Economia Comportamental insere a análise das escolhas influenciadas pela ausência de renda.    Caracterizada não apenas pela situação de carência na qual os indivíduos não possuem suas necessidades atendidas adequadamente, a pobreza também pode ser associada com exposição à violência e ao crime, falta de acesso a serviços de saúde e outros empecilhos. Enquanto campo de estudo, a Psicologia da Pobreza visa compreender, através de uma metodologia experimental, como as pessoas em vulnerabilidade soc

Nudging e Ética

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Anna Clara Moreira Estudante de Economia da UFV Membro da LANP A discussão sobre a ética no campo das ciências comportamentais, como um todo, tem ganhado cada vez mais força, em especial devido às técnicas de nudging, que tendem à um paternalismo leve, levantando a discussão de até onde esse “empurrãozinho” pode atuar. A ideia-chave do nudge, segundo Cass R. Sunstein, é a de criar formas de direcionamento que preservam a liberdade e, ao mesmo tempo, indicam uma determinada escolha padrão, podendo a pessoa, mesmo com essa orientação pré-determinada, não escolher essa opção padrão; um exemplo clássico de nudge é o funcionamento de um GPS, que indica o caminho sem, de forma alguma, obrigar o motorista a seguir aquela direção. Além disso, o objetivo da ferramenta, na maioria das vezes, é tornar a vida cotidiana mais simples e segura; muitas vezes diminuindo a chance de encontro com dificuldades e facilitar o alcance de seus objetivos. Todavia, ainda há a preocupação de qu

Rapport

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Arthur Carvalho Estudante de Economia na UFV Membro da LANP Rapport é um conceito do ramo da psicologia que significa uma técnica usada para criar uma ligação de sintonia e empatia com outra pessoa. Esta palavra tem origem no termo em francês rapporter que significa "trazer de volta". O rapport ocorre quando existe uma sensação de sincronização entre duas ou mais pessoas, porque elas se relacionam de forma agradável. A confiança diminui a tensão interpessoal e faz com que interação fique mais à vontade. Importante no estudo e identificação de várias manifestações comportamentais, o rapport pode ser usado no contexto de relacionamentos pessoais ou profissionais. No contexto teórico, o rapport inclui três componentes comportamentais: atenção mútua, positividade mútua e coordenação. “Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a capacidade de ir totalmente do seu mapa do mundo

Boletim de gestão e atuação da LANP em 2017.1

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"O anseio de criar a primeira liga do curso de Ciências Econômicas e que abordasse um tema novo, uma entidade nova e um novo modelo de gestão, proporcionando novas oportunidades aos estudantes, nortearam os objetivos e metas que fizeram jus a consolidação da Liga Acadêmica Newton Paulo Bueno. Ao longo da nossa trajetória surgiram muitas oportunidades, conquistas e o tão gratificante reconhecimento por parte de pessoas direta e indiretamente envolvidas em nosso projeto." E é com grande satisfação que, decorridos quase dois anos desde a sua fundação, o ano de 2017 começou e se concretizou na grande perspectiva de dar crescimento e visibilidade para LANP. Confiram o Boletim 2017.1 com todas as informações da gestão e das atividades no link abaixo:  https://drive.google.com/file/d/0B7YewuaJkmFITXNQTEVIcFJRN3M/view?usp=sharing

A importância da ciência comportamental nas políticas públicas

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Luis Felipe de Oliveira Silva Araújo Membro da Liga Acadêmica Newton Paulo Bueno             Segundo Nick Chater, para haver uma revolução das politicas públicas é necessários três componentes: Uma ciência comportamental básica e aplicada e métodos rigorosos de avaliação.             Mas por que as ciências do comportamento são tão importantes nesse processo? Leis são criadas partindo do pressuposto que a população é plenamente racional e que toda informação é absorvida e compreendida pela mesma. No entanto, as ciências do comportamento vêm evidenciando que o homem é um ser com vieses, heurísticas, vícios, etc., e que, por isso, nem sempre toma a posição mais racional.             Assim, tal ciência surge com o intuito de reduzir a distância da idealização do “homo economicus” com a realidade, procurando assim meios que tornem as políticas públicas mais eficazes. Ainda, segundo Nick Chater, é necessário para a transformação das políticas públicas que o g

A Economia Comportamental como uma ferramenta para o marketing

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Matheus Henrique Pereira Santos Estudante de Economia na UFV Membro da LANP Tendo em vista que dado o mundo tecnológico e globalizado em que estamos situados, informações acabam sendo difundidas a cada segundo, e sendo assim, os consumidores se veem cada vez mais indecisos quanto às escolhas a serem tomadas. Como dito por Kotler, professor e especialista na área de marketing, o processo de compra de um determinado consumidor pode ser dividido em 4 etapas fundamentais quais são: reconhecimento da necessidade (algo está incomodando ao consumidor), a busca de inf ormações, a análise das opções e finalmente o processo de efetuar a compra. Muitos estudiosos afirmam que as três primeiras fases desse fluxo existem um esforço cognitivo significante em detrimento da 4ª fase, ou seja, os agentes econômicos agem de forma exigindo do que seria o sistema 2 de tomada de decisão pelo indivíduo nas primeiras etapas, segundo o teórico comportamental Kahneman. O sistema 2 tem características de

A Constituição como compromisso prévio

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Davi Augusto Santana de Lelis  [i] Membro da LANP As ciências sociais aplicadas se rendem cada vez mais à perspectiva de que o ser humano não é plenamente racional. Nesta perspectiva, estudos de como a sociedade se organiza e age devem levar em consideração que o comportamento humano está sujeito às influencias cognitivas, sociais, ideológicas e emocionais não previstos nas teorias tradicionais.             Na interação entre Estado e Sociedade – em especial no desenho de políticas públicas -, o reconhecimento de que o comportamento humano sofre influências externas, levou a economia comportamental à ideia de nudge (empurrão): abordagem que preserva a liberdade de escolha, mas que influencia a tomada de decisão do indivíduo. Sunstein [ii] exemplifica as aplicações de nudge: (1) regra default, como a inscrição automática em programas de previdência; (2) simplificação de formulários; (3) uso de normas sociais para influenciar comportamentos; (4) aumento da facilidade

Psicologia da pobreza - Uma análise da Economia comportamental

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Texto de Leticia Lispector Estudante de Graduação em Economia na UFV Membro da LANP Pobreza pode ser definida como “condição humana caracterizada por privação sustentada ou crônica de recursos, capacidades, escolhas, segurança e poder necessários para o gozo de um adequado padrão de vida e outros direitos civis, culturais, econômicos, políticos e sociais”. Ela é uma questão principalmente ligada a uma condição social e econômica, levando em conta a falta de recursos econômicos, além de ser um grande problema a ser trabalhado por políticas públicas. Por esse motivo, fatores que a influenciam devem ser analisados a fim de se obter soluções e para isso a economia comportamental entra como uma grande aliada partindo da observação de outros vieses de que a própria pobreza pode sustentar comportamentos que dificultam escapar dela. A pergunta que se faz então é: essa condição influencia os padrões de escolha econômica das pessoas e seus estados afetivos? Estudos e experimentos v

O conflito “presente x futuro” sob a ótica da Economia Comportamental

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Lucas Ribeiro Estudante de Economia pela UFV Membro  diretor da LANP Em muitos momentos da vida paramos para planejar o futuro, traçar planos e objetivos. Para que possamos atingi-los temos que fazer escolhas, que possivelmente exigirão um certo sacrifício no presente. Um dos exemplos mais claros acerca deste conflito é a decisão entre poupar para o futuro ou consumir no presente. Essa é uma ideia bem simples e que a maioria das pessoas estão cientes, entretanto, muitos indivíduos tem dificuldade em poupar, chegando até a possuir dívidas. Em pesquisa realizada pelo SPC Brasil (2016) há um total de 58,7 milhões de pessoas na condição de inadimplentes, que representa cerca de 39,21% da população brasileira. Mesmo considerando o momento de recessão vivido e desconsiderando indivíduos que possuem apenas renda de subsistência, o número de pessoas que não poupam ainda é grande.                 Para obter uma melhor análise das situações que exigem esse conflito de escolha

Boletim de atuação da LANP 2016.2

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"O ano de 2016 foi um verdadeiro presente para a LANP. Tantas oportunidades, conquistas e o tão gratificante reconhecimento por parte de pessoas direta e indiretamente envolvidas em nosso projeto. Tamanho sentimento só poderia mesmo advir do maravilhoso trabalho de cada membro, que com sua essência e protagonismo, mostrou ser possível unir esforços por uma causa maior, fazendo valer o uso do mais belo pronome: ‘nós’." Confira, então, o link com o Boletim que demostra todas as atividades, as realizações e conquistas da LANP no 2016.2: https://drive.google.com/file/d/0B7YewuaJkmFINnZiZG5nMWYtY00/view?usp=sharing
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A interface entre a Economia Comportamental e as Políticas Públicas: exemplos recentes aplicados ao Brasil Parte I - (Crédito) Lauro Marques Vicari, membro da Liga Acadêmica Newton Paulo Bueno e estudante do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Viçosa Os economistas comportamentais vêm empreendendo grandes esforços na missão de promover inovações institucionais que permitam facilitar a vida dos formuladores de políticas públicas. Aliando a criatividade à técnica gerencial, estas iniciativas estão tornando a gestão da máquina pública mais simples e barata, ampliando o alcance dos programas e ações governamentais e melhorando, consequentemente, o nível de bem-estar social. No Brasil, apesar de tímidas, algumas destas ações vêm sendo incorporadas à agenda pública, orientando melhorias nas políticas de setores da economia e assuntos da sociedade. Nesta série de artigos serão listados alguns exemplos de como a economia comportamental tem auxiliado

Ciclos políticos orçamentários e decisões individuais: um experimento de economia comportamental

Julyana Covre Doutora em Economia Aplicada Membro Lanp Como as decisões individuais afetam a manutenção do oportunismo político-econômico? A troca dos políticos por pessoas “comuns” mitigaria oportunismo político-econômico? Na minha tese busquei refletir sobre essas perguntas à luz da economia comportamental. A Teoria dos Ciclos Políticos Orçamentários pressupõe que os administradores centrais  utilizem  instrumentos econômicos para  se manter no poder, de modo que as flutuações econômicas também ocorrem por questões políticas. O modelo teórico de Rogoff(1990), o qual analisa como os políticos podem utilizar a provisão de bens públicos enquanto sinalizador de sua competência. Por sua vez, os eleitores podem se tornar políticos em algum momento, de modo que, qualquer eleitor é um potencial político. Enquanto o trabalho teórico de Rogoff(1990) foca a perspectiva do político, racional e maximizador de utilidade, a tese utilizou a concepção teórica p