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Mostrando postagens de 2018

O estudo do comportamento como ferramenta de avanço social

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Aline Barros Estudante de Economia UFV Membro da LANP A sociedade tem investido em tecnologias que atingem boa parte da população, principalmente visando avanços, sejam eles sociais ou econômicos. Entretanto, encontram-se estimativas em certas áreas do globo que demonstram que a porcentagem de adesão a certas inovações não é completa. Muitos de nós ainda relutamos em adotar certos comportamentos que poderiam inclusive melhorar a qualidade de vida de todos.  Como, então, seria possível convencer o restante da população a adotar certas ações?A resposta, segundo Sendhil Mullainathan, economista comportamental, seria encontrada por meio de aplicações das ciências comportamentais. Em uma palestra divulgada pela plataforma TED, ele disserta sobre essa massa de pessoas que não adoram certos hábitos, sendo estes mecanismos de prevenção à problemas de saúde ou morte.  Uma grande ilustração desse problema: a taxa de mortalidade infantil na Índia e sua relação com os índices de di

Nudge Cotidiano

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Maria Alice de Souza Estudante de Economia UFV Membro da LANP Para o ganhador do premio Nobel, Richard Taller, o significado de nudge, no estudo da ciência comportamental, é similar ao empurrão para a escolha certa, como descreve no seu livro. Fazendo jus a essa denominação, é possível encontrar formas de nudge no cotidiano popular. Imaginamos o nudge como GPS, sempre indicando a melhor rota mas nunca obrigando a segui-la, o termo pode ser encontrado desde post its com obrigações diárias até em folhas de pagamento para o fundo de aposentadoria. É comum analisar nudges cotidianos mas é raro assimilar ao estudo da Economia Comportamental, visto que é um estudo ainda pouco procurado no território brasileiro, apesar de tomar posse de vários de seus ramos comportamentais.  O nudge se encontra em suas formas básicas e também complexas, como por exemplo, você vai ao supermercado em horário de pico, e se depara ao final da sua compra, com uma grande fila para efetuar o

Um outro olhar na tomada de decisão

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Isabella Teixeira Arriello Estudante de Economia UFV Membro da LANP Um dos pilares da tomada de decisão, o efeito framing é o viés que descreve a form como somos afetados por uma simples mudança em como o problema é formulado ou como as opções são enquadradas em determinadas situações. Nesse contexto, a escolha do consumidor tende a se voltar aos ganhos, a opção que parece mais favorável e positiva, o que chamamos de aversão à perda, pois o ser humano, em sua racionalidade, é avesso a qualquer tipo de perda por mais mínima que seja. O exemplo mais clássico nesse viés que auxilia em seu entendimento considera duas decisões a serem tomadas: DECISÃO A 1) Ganho certo de R$240 ou 2) 25% de chance de ganhar R$1000 e 75% de chance de não ganhar nada DECISÃO B 1) Perda certa de R$750 ou 2) 75% de chance de perder R$1000 e 25% de chance de não perder nada Você escolheria A ou B? Provavelmente você respondeu A, mas se tivesse que escolher uma de cada, diria 1 em A

Antiética no Nudge?

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Igor Chofi Estudante de Economia UFV Membro LANP Como parte da influência na tomada de decisão, nudge é qualquer aspecto da arquitetura de escolha que altera o comportamento das pessoas de um modo previsível sem proibir quaisquer opções e se destinam a influenciar consumidores em determinadas direções, mas sem causar nenhum tipo de imposição ou manipulação. Partindo desse pressuposto, criam-se debates éticos sobre as formas de executar essa ferramenta. Nesse texto irei apresentar uma proposta de nudge, justamente, com o objetivo de levantar um debate com ênfase na ética. No restaurante universitário (r.u.) da Universidade Federal de Viçosa nos deparamos com problemas na fila, que está sempre grande e acaba tirando de vários estudantes e servidores um tempo que poderia estar sendo alocado em suas atividades. Parte dessa demora é consequência de como a comida é organizada no r.u., ela é posta em três esteiras, todas elas contendo panelas com arroz, feijão, a guarnição do

A intangibilidade como Nossa Inimiga

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Jonas Camargo Estudante de Economia UFV Membro da LANP Perguntas do tipo “para onde foi parar o dinheiro do mês” são inerentes à boa parte das pessoas em nossa sociedade, principalmente quando se restringe ao nosso país. Mas já se perguntaram qual o porquê disso? Isso ocorre por inúmeros fatores, como, por exemplo, baixa renda do indivíduo comum e má distribuição de riqueza. Entretanto há outro motivo bastante analisado e que se encontra mais mutável às ações humanas: características da intangibilidade em nosso comportamento. As pessoas costumam sentir mais ao que é palpável, ou seja, ao que elas estão tendo um contato naquele período de tempo ou próximo a ele e isso discorre sobre inúmeras questões. Um exemplo claro disso é quando fazemos compromissos futuros. Quem nunca se comprometeu em ser mais produtivo no próximo semestre e, ainda sim, não realiza quando ainda se encontra no momento atual? Outro exemplo disso é consumir uma refeição potencialmente prejudicial à

Boletim 2018.1

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Diretoria É com muito orgulho que informamos que o nosso Boletim 2018.1 já esta disponível. A Lanp vem crescendo e se desenvolvendo ano após ano e o Boletim serve de documentação das nossas superações, aprendizagens e novidades. Agradecemos o apoio e colaboração de todos nossos membros, professores participantes e parceiros! Link para Boletim: https://drive.google.com/file/d/1WkvW3G_M72FOirWGDRNtljIEG_TmRG7d/view?usp=sharing #VoaLANP

A Armadilha das Reformas

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Yury Moza da Costa Estudante de Economia UFV Membro da LANP O Brasil vive um momento de crise econômica, desemprego, instabilidade política, corrupção e insatisfação popular. Diante disso, fazem-se necessárias reformas de longo prazo, com o objetivo de equilibrar as contas públicas, estabilizar o quadro político e, finalmente, promover um bem-estar aos cidadãos brasileiros. Porém, boa parte dessas reformas cobra um preço sobre o curto prazo. Este texto busca outra perspectiva, através da Economia Comportamental aplicada à pobreza, sobre a baixa aceitação popular às políticas de longo prazo. A Economia possui princípios que são a base de diversos estudos e modelos que tornam esse campo de estudo tão grande quanto é. Dentre tais fundamentos, podem-se listar: 1) as pessoas enfrentam trade-offs; 2) a quantidade de bens econômicos disponíveis é escassa. Além disso, a ideia de racionalidade limitada promovida pela Economia Comportamental ilumina essa reflexão na medida em que div

Economia Comportamental acerca da Neuroeconomia

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A forma em que as pessoas tomam suas decisões acerca da Economia Comportamental Jayene Freitas Estudante de Economia da UFV Membro da LANP Podemos inicialmente entender que as pessoas tomam suas decisões com base em hábitos, experiências pessoais e regras práticas simplificadas. Buscam por soluções satisfatórias, buscam rapidez no processo decisório, e quem na maioria das vezes tem certa dificuldade em equilibrar interesses de curto e longo prazo.  Podemos descrever que são fortemente influenciadas por fatores emocionais e que muitas vezes são induzidas por comportamentos dos outros. Mas temos também aquelas que a partir de um balanço entre custo e benefício tomam suas decisões, mas em outrora, passa a não ser suficiente, pois estudos nos levam a entender que as pessoas possuem diferentes formas de comportamento frente às escolhas.  Se basearmos apenas na psicologia comportamental nunca conseguiremos explicar o porquê de alguns consumidores tomarem as escolhas

Efeito Ancoragem e sua influência em nossas decisões

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Maria Caroline Rodrigues                                                                                                  Estudante de Economia UFV Membro da LANP O Efeito de Ancoragem é um viés cognitivo, que descreve uma tendência humana em se apegar sempre a primeira informação ou impressão recebida durante um processo de tomada de decisão. Ou seja, os indivíduos se fixam ou se "ancoram", em apenas uma parte da informação que recebe primeiro. Quando uma âncora (referência) é definida, outras decisões são feitas a partir da mesma, o que leva a pessoa a seguir um determinado caminho ou a agir de certa forma para a interpretação de outras informações. Mas como o efeito de ancoragem afeta nossas decisões ao consumir um produto? Estamos errados quando afirmamos que todas as nossas decisões são tomadas de forma racional. A ancoragem serve como um atalho para facilitar as nossas decisões, já que sempre estamos atarefados e sobrecarregados de informações.

Pensando sobre a Racionalidade Humana

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João Augusto Estudante de Economia UFJF GV Colaborador da LANP Dentro de um curso de graduação em ciências econômicas, não é raro encontrar estudantes que se sentem incomodados com alguns dos pressupostos e axiomas da teoria econômica. Tratando-se especificamente dos conceitos que envolvem o comportamento humano, a relutância é aparentemente maior, possivelmente por conta da sensação de que estes conceitos são demasiadamente distantes da realidade cotidiana da própria pessoa. Sem entrar no mérito da validade e proximidade com a realidade destes conceitos, o fato é que boa parte das teorias, interpretações, ferramentas e alternativas propostas pelas ciências econômicas foram erguidas sob pressupostos como racionalidade dos agentes, expectativas adaptativas (entre outras) e busca pela maximização da utilidade, portanto, foram importantes para o progresso científico desta área do conhecimento. Nesta linha, os estudos que relacionam economia e comportamento procuram, atrav

Pobreza e aversão ao risco

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Hugo Deleon de Freitas Mestrando em Economia - UFV Membro da LANP             Analisando o comportamento das pessoas mais pobres, A. K. Shah et al. (2012) concluíram que a racionalidade dessas pessoas pode se tornar ainda mais limitada devido a atenção desgastada, já que essas pessoas lidam com mais situações estressantes e continuas. Após analisarem resultados que medem a inteligência e o controle cognitivo, A. Mani et al. ( 2013) concluíram que indivíduos mais pobres, quando estavam pensando sobre suas condições financeira, obtiveram resultados piores em avaliações na qual mediam sua inteligência . Também foi constatado que agricultores obtiveram resultados piores antes de uma determinada colheita, onde eram mais pobres relativamente, do que após a colheita.             Em relação à aversão ao risco, sabe-se que o indivíduo sempre que abre mão do consumo presente, espera adquirir algo a mais no futuro. No entanto, a taxa de juros para esse tipo de situação está dir

Aplicação de Nudges nas Políticas Públicas

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Anna Clara Moreira Estudante de Economia da UFV Membro da LANP Desde o surgimento da economia comportamental, críticas vêm sendo feitas em inúmeros sentidos, como a sua validade e eticidade. Atentando a este último ponto, surgiram preocupações no sentido da aplicação dos Nudges (técnica de arquitetura da escolha que direciona uma decisão esperada) nas políticas públicas. Os críticos argumentam que a utilização dos Nudges por governos constataria numa forma de restrição do livre-arbítrio dos cidadãos, estabelecendo, dessa forma, políticas públicas autoritárias. O que não é levado em conta nessa visão é que apesar de o Nudge ser definido como uma forma de paternalismo, ele é leve e deve ser aplicado de forma totalmente transparente. Cass Sunstein, grande contribuinte da economia comportamental e especialista em Nudges, explica o funcionamento da técnica dessa técnica como o de um sistema de navegação GPS, que apenas indica o caminho mais eficiente, sem obrigatoriedade de qu

Como a relatividade pode afetar as escolhas

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Hugo Deleon de Freitas Mestrando em Economia pelo DEE – UFV Membro da LANP A teoria economia clássica considera o indivíduo como um ser perfeitamente racional que tem como objetivo alcançar o maior bem estar possível. No entanto, sabe-se que a realidade é diferente, a racionalidade perfeita é algo inalcançável. Mesmo assim, as escolhas dos indivíduos sempre são voltadas pra obter algum ganho de bem estar. Ou será que não? E se as escolhas também forem afetadas por outros fatores além dos ganhos de bem estar? Para Ariely, a relatividade é um desses fatores, e pode influenciar fortemente nas escolhas dos indivíduos mesmo que isso leve os indivíduos a tomarem decisões completamente irracionais. Essa relatividade pode ser verifica, por exemplo, nas relações entre produtos, serviços ou em diversas outras atividades. Um exemplo disso é o caso de padeiro que produz um pão diferenciado, mas único em sua padaria, ele pode não conseguir vender muito por ser um produto caro. Mas se e

Behavioural Insights Team

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Maria Angélica Santos Estudante de Economia da UFV Membro da LANP O Behavioural Insights Team (BIT) nasceu como a primeira instituição governamental dedicada para o estudo e aplicação das ciências comportamentais. Possui como finalidade promover o efetivo desenvolvimento de políticas públicas e desenvolver ambiente propício para que as pessoas possam façam escolhas eficientes. Atualmente, o BIT conta com 100 colaboradores especializados em diferentes áreas como economia, psicologia e métodos de pesquisa, avaliação de políticas públicas que são gerenciados pela Nesta, Cabinet Office e outros colaboradores. A NESTA é uma fundação de caridade originada no Reino Unido, mas de atuação global, executando suas ações através de parcerias que visam apoiar novas ideias que como descrito na página inicial da fundação, “tackle the big challenges of our time” (enfrentar os desafios do nosso tempo). O Cabinet Office é um órgão do governo britânico que tem como principais objetivos

O QUE SUA AVÓ NÃO SABE SOBRE RACIONALIDADE

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Laion Azeredo Colaborador da LANP  Economista com especialização em regulação econômica e  pesquisas próprias na área de Economia Comportamental Vamos começar com um exercício: Pergunte a sua avó (ou sua mãe, seu pai ou àquele tio que mora no interior), o que separa o Homem (espécie humana) dos demais animais. Eu poderia apostar com você que a resposta dela vai gravitar entre 2 conceitos: Deus (qualquer que seja o seu Deus) fez o Homem com a capacidade de pensar. ou Nós evoluímos e somos capazes de sermos racionais. Embora partindo de pontos de vista filosóficos completamente diferentes, ambas as respostas apontam na mesma direção: Somos diferentes porque somos racionais! Bom, se você é minimamente letrado nas últimas descobertas da chamada Ciência Comportamental, você encara esta conclusão com um certo desconforto, correto? Este maravilhoso esforço multidisciplinar de economistas, sociólogos e psicólogos, conhecido como ciência comportamenta