Teoria da Escolha e Risco

Igor Chofi
Membro LANP


Vamos a um teste:

1) Você prefere a situação A ou a situação B?

Situação A: certeza de ganhar 100 milhões de francos;

Situação B: 10% de probabilidade de ganhar 500 milhões de francos; 89% de
probabilidade de ganhar 100 milhões de francos; 1% de probabilidade de não ganhar
nada.

2) Você prefere a situação C ou a situação D?

Situação C: 11% de probabilidade de ganhar 100 milhões de francos; 89% de
probabilidade de não ganhar nada.

Situação D: 10% de probabilidade de ganhar 500 milhões de francos; 90% de
probabilidade de não ganhar nada.

Enquanto a Teoria da Utilidade Esperada (TUE) é a teoria padrão de tomada de
decisão e supõe que as pessoas façam escolhas visando maximizar essa função, a
Economia Comportamental, através da analise das anomalias, percebe novas teorias
podem ser propostas de acordo com o comportamento do consumidor. De acordo com
o Paradoxo de Allais exemplificado acima, pela TUE quem escolhe a opção A (entre A
e B) escolheria a opção C (entre C e D) e, também, quem escolhesse B escolheria D.
Entretanto, na realidade não ocorre o esperado, pois há a necessidade de ganho,
então o individuo tende a apostar nas opções com maior possibilidade de ganho, ou
seja, A ou D. Mesmo que em D há chance de perda, comparando a C, que também
possui chance de perda, o ganho seria maior, devido a maior probabilidade de ganhar,
mesmo que um menor valor. Assim, o comportamento do consumidor tem grande
influência na sua tomada de decisão que contrapõe a teoria utilitarista.

Como outro exemplo, a teoria dos Prospectos tem sido baseada em experiências,
ou seja, conforme foram aumentando as pesquisas e as análises comportamentais
das escolhas, a teoria foi sofrendo alterações. A função utilidade dessa teoria mostra
que as perdas pesam mais que os ganhos, isto é, a função que avalia as perdas é
mais inclinada que a função ganho, pois há uma aversão à perda que se associa ao
efeito posse, preferimos permanecer com o que já possuímos que trocar por outra
coisa, porque não queremos perder algo que já temos. Além disso, em uma função
peso decisório x probabilidade, a TUE apresenta uma probabilidade pura, sendo
diretamente proporcional o aumento do peso e da probabilidade, em contrapartida,
quando observamos os diferentes comportamentos do consumidor, a teoria dos
prospectos percebe que essa relação é indiretamente proporcional, onde um maior
peso determina uma probabilidade baixa e vice-versa, que explica o motivo de se
escolher A e D e não A e C.

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