A economia da felicidade
Taynnara Rodrigues Alves dos Santos,
estudante de graduação em economia pela UFV
A economia é uma ciência de
origem marcada pela exploração de instrumentos metodológicos
de outras ciências (como a física, matemática e biologia), interagindo de forma interdisciplinar, além
disso, o processo de aperfeiçoamento dessa ciência têm se caracterizado por uma
tendência à incorporação de aspectos intangíveis (comportamento dos
indivíduos), uma vez que toda análise econômica é baseada em agentes ou em seus
agregados. Segundo Mankiw (2004), os economistas estudam como as pessoas tomam
decisões.
Nesse contexto surge a economia
comportamental. A incorporação de aspectos comportamentais e emoções,
questionando o conceito de racionalidade perfeita, é um dos pontos fortes da
economia comportamental, pois aproxima os modelos da realidade, possibilitando
estudos mais consistentes, sabendo que não existe no cenário realista a
informação perfeita e que os seres humanos não estão sempre maximizando a sua
satisfação, pois não tomam decisões pautadas exclusivamente na racionalidade,
segundo a teoria: a estrutura das restrições no processamento de informações
(Caldwell, 2014) existem restrições à atenção (absorção cerebral de informações
limitadas), ao cálculo (limites a combinar informações diferentes e pesa-las) e
por fim a miopia (apenas influencias de tempo e lugar presentes afetam a tomada
imediata de decisão).
A economia comportamental associa-se
a uma visão multidimensional dos indivíduos e possibilita a extensão dessa visão
para a formulação de políticas que maximizem não apenas resultados
quantitativos, como também qualitativos.
Nesse contexto surge a economia da felicidade, vertente que considera o
bem estar a partir de uma nova perspectiva, levando em conta que a satisfação é
um conceito subjetivo que varia para cada um dos indivíduos, podendo ser
motivada por aspectos culturais e midiáticos. Trabalhando com o conceito de bem
estar temos que:
“Bem-estar
subjetivo é definido como as avaliações cognitivas e afetivas de uma pessoa da
sua vida. Estas avaliações incluem reações a eventos, bem como julgamentos
cognitivos de satisfação e realização. Assim, bem-estar subjetivo é um conceito
lato que inclui a experiência de emoções agradáveis, níveis baixos de estados de
espírito negativos, e elevada satisfação com a vida.” (Diener
et al, 2005, p. 63).
ou em contrapartida pode ser
considerada a partir de uma função, que está descrita abaixo:
“A
função de Bem-estar que fornece uma forma de “somar” as diferentes utilidades
dos consumidores”. De maneira mais geral, a função de bem-estar proporciona um
modo de classificar diferentes distribuições de utilidade entre os
consumidores. Antes de investigarmos as implicações desse conceito, vale
examinar como as preferência dos consumidores individuais podem ser “somada”
para elaborar alguns tipos de “preferências sociais”. Varian (1994)
Existem parâmetros os quais são utilizados
para mensurar a sensação de bem estar do indivíduo, um deles é a inflação.
A ideia de felicidade aqui
trabalhada mais se aproxima a citação de Diener. Temos a partir da economia
comportamental que a felicidade não corresponde à ideia utilitarista, a
felicidade das pessoas não depende apenas da quantidade de bens econômicos
tradicionais que elas possuem, os consumidores escolhem bens que são
intangíveis, cujo valor é moldado pelo contexto que aparecem. (Elina Halonen
& Leight Caldwell, The irrational Agency; Guia de economia comportamental)
Referências
- VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus,1994. (segunda edição americana, 1a. reimpressão)
- Diener, E., Lucas, R., & Oishi, S. (2005). Subjective well-being: The science of happiness and life satisfaction. In C. Snyder, & S. Lopez (Edits.), The Oxford Handbook of Positive Psychology (pp. 63-73). Oxford: Oxford University Press.
- Anabela Sousa Santos,ECONOMIA DA FELICIDADE. DETERMINANTES DA FELICIDADE E A INFLUÊNCIA DAS DIMENSÕES SOCIOCULTURAIS. UM ESTUDO MULTICULTURAL, Lisboa, Março de 2015
- Introdução a Economia- Tradução da terceira edição Norte Americana, N Gregory Mankiw, 2004
- Caldwell, L. (2014). When can cognitive agents be modelled analytically versus computationally? InOmatu et al (Eds.) Distributed Computing and Artificial Intelligence, 11th International Conference.
- Advances in Intelligent Systems and Computing, Vol. 290, pp. 63-69.
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