A Economia Comportamental como uma ferramenta para o marketing
Matheus Henrique
Pereira Santos
Estudante de Economia na UFV
Membro da LANP
Estudante de Economia na UFV
Membro da LANP
Tendo
em vista que dado o mundo tecnológico e globalizado em que estamos situados, informações
acabam sendo difundidas a cada segundo, e sendo assim, os consumidores se veem cada
vez mais indecisos quanto às escolhas a serem tomadas. Como dito por Kotler,
professor e especialista na área de marketing, o processo de compra de um
determinado consumidor pode ser dividido em 4 etapas fundamentais quais são:
reconhecimento da necessidade (algo está incomodando ao consumidor), a busca de
informações, a análise das opções e finalmente o processo
de efetuar a compra. Muitos estudiosos afirmam que as três primeiras fases
desse fluxo existem um esforço cognitivo significante em detrimento da 4ª fase,
ou seja, os agentes econômicos agem de forma exigindo do que seria o sistema 2
de tomada de decisão pelo indivíduo nas primeiras etapas, segundo o teórico
comportamental Kahneman. O sistema 2 tem características de ser mais lento,
exigir maior esforço e é constantemente submetido a controles. Em contraste a
esse, temos o sistema 1 que é mais carregado de emoções, lento, não gera muitos
esforços e sendo assim age de forma mais instintiva. E é a partir desse fato é
que a economia comportamental ganha muito destaque na área de marketing, tendo
em vista que boa parte desse processo de compra apresenta elementos que alteram
o que seria a “arquitetura de escolha do consumidor” a partir de “nudges”, por
exemplo.
Considerando
que o consumidor não é uma folha em branco, experiências e informações
repassadas por outros agentes podem de fato afetar e desnortear a escolha de
determinado indivíduo. Por exemplo, ao consumir um determinado vinho, um
consumidor pode sentir ou considerar um vinho que foi apresentado por R$ 100,00
superior em relação a outro de R$ 40,00, mesmo os vinhos sendo idênticos,
apenas alterando o valor apresentado. O consumo de alimentos saudáveis também
está ligado a esse aspecto da experiência maleável do indivíduo. Por exemplo, a
forte ideia de que os alimentos saudáveis são intragáveis é uma grande
obstáculo para o consumo destes. Tal aspecto parte muitas das vezes da crença
do consumidor, ou seja a crença se torna tão grande que é capaz de diminuir a
sua satisfação e por vezes diminuir a chance de que tal produto seja comprado
novamente. E muitas das vezes o consumidor sequer comprou o produto por
informações oriundas de terceiros, ou seja, a crença formada é muitas das vezes
infundada e supera a experiência pessoal. Sendo assim, é nesse viés que a
economia comportamental entra afim de desestruturar essa convicção dos
consumidores e orienta-los a tomarem determinadas atitudes a partir de um
marketing fundamentado nesse ramo. De tal maneira que esses estudos devem ter
início a partir de um processo que investigue a origem da crença do indivíduo e
de que forma ela afeta o seu comportamento. A análise observacional é uma das
maneiras para se encontrar esse espaço no qual os indivíduos pensam sobre
determinado produto e da forma em que eles realmente comportam-se frente a
este. A partir disso, as organizações são capazes de colher informações quanto
a este aspecto e considerar essas convicções que são omitidas ou desconhecidas
de certa maneira pelo indivíduo. E como boa parte dos consumidores não estão
cientes desses próprios aspectos que os impulsionam a tomar determinada
atitude, a efetividade da aplicação de ferramentas comportamentais como o nudge
é grande.
Referencias:
ÁVILA,
F. e BIANCHI, A. (Orgs.) (2015).
Guia de Economia Comportamental e Experimental. São Paulo.
EconomiaComportamental.org. Disponível em www.economiacomportamental.org.
http://www.economiacomportamental.org/nacionais/capitulo-consumo-irracional-como-os-consumidores-realmente-tomam-decisoes/
http://www.economiacomportamental.org/nacionais/a-economia-comportamental-espm/
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