O estudo da pobreza sob a perspectiva da Economia Comportamental
Maria Angelica Santos
Estudante de Economia na UFV
O
estudo da pobreza instiga economistas no mundo inteiro há muitas décadas.
Enquanto uma parte deles acredita fielmente no principio econômico do homem racional,
outra tenta compreender como ambiente pode influenciar nas decisões das pessoas
e impedi-las de saírem da pobreza. Neste sentido, com o intuito de ponderar os
diferentes estudos sobre a pobreza e suas variadas implicações socioeconômicas,
a Economia Comportamental insere a análise das escolhas influenciadas pela
ausência de renda.
Caracterizada
não apenas pela situação de carência na qual os indivíduos não possuem suas
necessidades atendidas adequadamente, a pobreza também pode ser associada com
exposição à violência e ao crime, falta de acesso a serviços de saúde e outros
empecilhos. Enquanto campo de estudo, a Psicologia da Pobreza visa compreender,
através de uma metodologia experimental, como as pessoas em vulnerabilidade
socioeconômica tomam decisões levando em conta o ambiente em que estão
inseridas.
Dentre
os estudos no campo, convém ressaltar a influência da pobreza na tomada de
decisão sob risco e o desconto intertemporal. No que tange ao primeiro, existe
uma relação inversa entre a renda e a aversão ao risco, isto é, famílias com
menor poder aquisitivo são potencialmente mais aversas ao risco. Já o segundo, diz respeito a influência da
variável tempo na escolha dos indivíduos, sendo também inversamente correlacionada com a renda: quanto menor o
poder aquisitivo, maior o desconto intertemporal.
Estudos
como esses são essenciais para o desenho de políticas públicas de combate a
pobreza e aumento do desenvolvimento. Um exemplo que compreende ambos os
estudos citados acima pode ser retirado da escolha educacional dos pobres. Estudos
demonstram um aumento das matrículas das crianças quando há programas de
transferência de renda condicionados. Além disso, um experimento de campo em
Honduras com as crianças (6 a 12 anos) dos 70 municípios mais pobres do país teve
como resultado, um aumento de 12% da mediana da matrícula e uma queda de 30% no
trabalho infantil.
Portanto,
o estudo da pobreza pelo viés da Economia Comportamental mostra-se promissor,
uma vez que permite uma gama de informações importante no desenho de políticas
públicas que visam o combate a desigualdade social. Carecendo portanto de mais
estudos e atenção.
Referências Bibliográficas
·
Avila, F. e Bianchi, A. (Orgs.)(2015). Guia
de Economia Comportamental e Experimental.
São Paulo. EconomiaComportamental.org.
Disponível em www.economiacomportamental.org.
Licença: Creative Commons Attribution
CC-BY-NC – ND 4.0
·
Araújo, Felipe Augusto.(2015). A psicologia da
Pobreza. Disponível em: http://www.economiacomportamental.org/nacionais/a-psicologia-da-pobreza/. Último acesso em 07 de Julho de 2017 às 17:58.
Disponível em:
https://lanpeconomiacomportamental.home.blog/2018/12/18/o-estudo-da-pobreza-sob-a-perspectiva-da-economia-comportamental/
Disponível em:
https://lanpeconomiacomportamental.home.blog/2018/12/18/o-estudo-da-pobreza-sob-a-perspectiva-da-economia-comportamental/
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