Nudging e Ética

Anna Clara Moreira
Estudante de Economia da UFV
Membro da LANP


A discussão sobre a ética no campo das ciências comportamentais, como um todo, tem ganhado cada vez mais força, em especial devido às técnicas de nudging, que tendem à um paternalismo leve, levantando a discussão de até onde esse “empurrãozinho” pode atuar.
A ideia-chave do nudge, segundo Cass R. Sunstein, é a de criar formas de direcionamento que preservam a liberdade e, ao mesmo tempo, indicam uma determinada escolha padrão, podendo a pessoa, mesmo com essa orientação pré-determinada, não escolher essa opção padrão; um exemplo clássico de nudge é o funcionamento de um GPS, que indica o caminho sem, de forma alguma, obrigar o motorista a seguir aquela direção.
Além disso, o objetivo da ferramenta, na maioria das vezes, é tornar a vida cotidiana mais simples e segura; muitas vezes diminuindo a chance de encontro com dificuldades e facilitar o alcance de seus objetivos. Todavia, ainda há a preocupação de que o nudging seja usado, ou planejado, da maneira errada, acarretando numa restrição da liberdade individual de escolha e num problema de ética.
Para garantir que não haja problemas de ética, o nudge deve ser completamente transparente, evitando-se assim que tomem forma de trapaça e/ou manipulação. Além disso deve haver uma extensa pesquisa e experimentação anteriormente a aplicação do nudge como política pública ou como aplicação privada.

Referências bibliográficas:

SUNSTEIN, C. Nudging: A Very Short Guide
SUNSTEIN, C. The Ethics of Nudging

Disponível em:

https://lanpeconomiacomportamental.home.blog/2018/12/18/nudging-e-etica/

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