Finanças Comportamentais em: A Escolha dos Presentes



Vinícius de Oliveira Pinto
Estudante de Graduação em Ciências Econômicas
Membro diretor da LANP

O ramo das Finanças Comportamentais permite estudar diversos aspectos do nosso cotidiano: um deles é a escolha de presentes. A maioria das pessoas possuem problemas na hora de presentear alguém. A maior dificuldade está em saber o que de fato comprar. Pensar se aquilo será útil pra ela, ou lembrar-se do que a pessoa mais gosta, ou até encontrar alguma roupa que combine com ela. Por diversas vezes recebemos presentes indesejáveis, mas ficamos felizes em receber pela lembrança, pelo simples fato de saber que a pessoa tirou uma parte do tempo dela procurando algo bacana pra você. Por essas e outras que a Economia Comportamental afirma: dar presente será sempre melhor do que dar dinheiro!


Existem diversos motivos do porque será sempre melhor dar presente do que o dinheiro. A Economia Comportamental (EC) trás dois aspectos que explicam isso: A Contabilidade Mental e a “Precificação de Valores Sociais”. A primeira teoria nos traz uma visão de como pensamos no dinheiro. Um efeito muito estudado desta teoria é o “Orçamento Mental”, em que as pessoas costumam categorizar seus gastos. Geralmente temos uma tendência a consumir muito alta, porém com gastos básicos, do dia a dia, como alimentação, transporte, vestimentas e afins. Porém, a EC sabe que a racionalidade humana não é simples, e muito menos direta. O indivíduo possui diversos desejos e vontades, porém na hora de colocar no orçamento, tais desejos tornam-se gastos supérfluos. Um curso que você gostaria muito de fazer ou, um ingresso de um show da sua banda favorita entrariam nesses desejos que provavelmente não farão parte do seu orçamento, pelo simples fato de que você não planejou tais gastos anteriormente. Porém, tais desejos são ótimas aberturas para presentes e seria algo que você gostaria muito de ganhar. A felicidade de se ganhar um presente como estes é bem maior do que qualquer compra que você faria usando seu dinheiro. Após tal análise temos que: Presentes 1x0 Dinheiro.
O outro aspecto é o chamado “Precificação de Valores Sociais”. A maioria das escolhas dos presentes não possui um valor econômico bem determinado, mas sim um valor social embutido nelas. Presentes são os maiores exemplos disso. Imagine que você vá à casa de um grande amigo comemorar o aniversário dele. Você não conhece ninguém a não ser o seu amigo. Você sabe que ele é fanático por futebol e coleciona camisetas de times de futebol, sejam elas novas ou antigas. Você como um leigo em futebol, na hora da entrega dos presentes, entrega 200 reais pra ele e diz que ele escolheria uma camiseta muito melhor do que você. Economicamente o pensamento correto, porém socialmente a pior das atitudes! Presentes possuem, de maneira robusta, esse valor social mencionado anteriormente. Dar dinheiro nessas situações pode fazer com que seu amigo não te chame para os próximos aniversários. Dessa forma temos que: Presentes 2x0 Dinheiro!
O Natal já passou, mas para as próximas oportunidades, seja um aniversário de última hora, seja em qualquer eventualidade, não deixe de comprar algo para a pessoa, pois sabemos que, mesmo se ela não gostar do presente, ela vai se sentir importante por saber que você tirou parte do seu tempo procurando algo interessante pra ela.
Boas compras!

Referências Bibliográficas
TEIXEIRA, R.N. Natal e a Economia Comportamental: A Economia dos Presentes. Disponível em:<http://www.economiacomportamental.org/nacionais/natal-e-a-economia-comportamental-a-economia-dos-presentes/>. Acesso em: 27 de dez. 2016.
THALER, R. Mental accounting and consumer choice. Marketing science, v. 4, n. 3, p. 199-214, 1985.

TVERSKY, A.; KAHNEMAN, D. The framing of decisions and the psychology of choice. In: Environmental Impact Assessment, Technology Assessment, and Risk Analysis. Springer Berlin Heidelberg, 1985. p. 107-129.

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